quarta-feira, 4 de agosto de 2010

JUNG E EU



            Quando eu conheci Carl Gustav Jung ele me foi muito estranho. Difícil de aceitar por ser muito subjetivo. Por falar de aspectos da psicologia que eu não conseguia ver em nenhum outro lugar teórico já visitado. Estranhei mesmo, coisa mais bizarra. Aos poucos, depois de um ajuste de percepção de minha parte e da parte da minha professora, fui aceitando olhar com mais carinho para este estranho. Me permiti sentir sobre o que se falava ali, em todas as aulas. Resolvi ler os textos e me deixar levar por aquilo que ouvia.
Esta abertura me deixou perceber um mundo psíquico totalmente novo de uma teoria quase autista (muito introvertida), mas que faz MUITO SENTIDO! Nossa, como tudo se fecha, como tudo o que Jung me disse eu observei na vida! Incrível...
Ele me disse que a sua teoria foi pensada a partir da sua forma de ver o mundo, que é totalmente introspectiva. Foi um homem que teve coragem de olhar para si mesmo, pensar sobre si mesmo, escrever sobre aquilo como se fosse com todo mundo, e realmente era. Uma coragem sábia. Além de ter uma coerência teórica (dentro do seu próprio pensamento tudo se fecha), existe também uma verificação com a realidade coletiva.
Outra coisa pela qual me apaixonei em suas idéias, foi a idéia de self. Principalmente por que acredito, como a Seicho-no-ie me ensinou, que o ser humano e todas as criaturas viventes, encerram em si a grandiosidade da divindade. Todos somos Deus, e Deus é cada um de nós, fundidos pelo sentimento de Amor. Então este conceito permeia minhas aceitações das teorias da psicologia. Ou seja, se uma teoria não se baseia nisso, nem intrinsecamente, nem inconscientemente, então não me serve.
E Jung, esse velhote, me diz que isso cabe sim na psique humana. Concordo, e me agito de felicidade ao perceber que um homem tão atento e consciente valida meu sentimento. Essa é a parte que mais me felicita, mesmo.
Porém (poréns enriquecem a vida), eu não concordei com apenas uma coisa de sua brilhante mente: o método terapêutico. Não acredito que a análise possa dar conta de tantas questões que o humano traz (bom, nenhuma das técnicas pode). Na verdade é uma coisa pessoal: não gosto. Tudo bem, Jung, eu te perdôo. Principalmente por que a técnica só existe quando passa pela subjetividade do terapeuta e atinge o corpo psíquico e simbólico do cliente. E, pode saber, Jung, que quando qualquer técnica perpassar minha subjetividade, você vai estar lá.