quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Sofri uma inflação do ego.
Do ego não, do self, do eu mesma, da totalidade do meu ser. 
Um egoísmo que nasceu há muito, e que enquanto eu achava que era uma fase da adolescência, ia se desenvolvendo como uma semente do tronco que agora estrutura o meu ser. Essa palavra "egoísmo" pode assustar, mas neste caso significa uma disposição para se respeitar e se amar, para se desenvolver como ser, para buscar o melhor para si mesmo. E isso não impede de amar o outro, e de lhe querer o mesmo.
Me sinto aberta e livre como uma flor voadora. Altiva e em paz, uma grande montanha enraizada na terra,que em sua carne sente o frescor das nuvens, o carinho do vento e o fogo do coração da Terra. Tudo é luz, a dor é amor, tudo é paz. Aqui e agora é, eu sou.
Depois de cada grito, cada vômito, estou aqui em pé, diante de tudo, e cada vez mais inteira, cada vez mais sendo. Eu sou cada vez mais parte de tudo. Ser eu não é se enfiar no meu ser, é isso e mais se enfiar no todo, em todos, é como ser cada um de nós ao mesmo tempo. Ser é é ser uma loba e uma montanha. Quanto mais eu olho em mim mais eu conheço dor, desespero, tristeza, e depois que eu os conheço e reconheço, eles ficam pequenos, e parecem crianças.E eu fico cada vez maior, cada vez mais. 
Eu sou.
Eu sou!
E o que sou é o mesmo que tudo é, de um jeito importante.